Sobre os seus ombros repousa o privilégio de ter sido o responsável por estabelecer o protestantismo (autóctone) no Brasil e em Portugal. No entanto, ele permanece desconhecido de muitos.
Seu legado é ímpar e sua atuação é singular.
No Brasil, em uma época onde sepultamentos e matrimônios eram de propriedade da comunidade católica, ele foi o protagonista na luta para que os grupos não católicos obtivessem direitos sociais tão fundamentais quanto estes.
De fato, é bem verdade que o cenário religioso brasileiro estava preparado para inserção do protestantismo: o padroado, a expulsão e limitação das ordens monásticas e o fomento de ideologias revolucionárias, haviam abalado profundamente as bases católicas tornando o momento relativamente propício para a atuação de Kalley e para a inserção do protestantismo neste torrão.
A experiência de conversão de Kalley, seu distanciamento da igreja institucional e sua experiência missionária na Ilha da Madeira estabeleceram as bases para a igreja que viria a ser fundada em terras brasileiras.
Com um objetivo claro – estabelecer uma igreja nacional – Kalley militou em várias frentes e entre os vários grupos sociais, atuando desde a corte até entre a população negra e paupérrima, valendo-se da profissão de médico para a atuação missionária.
Através de sua peleja, obteve a jurisprudência necessária para a inserção do protestantismo no Brasil sendo este o primeiro passo para que outras conquistas sociais viessem a ser obtidas.
O missionário Kalley, profundamente independente, e quem sabe por isso tão pouco conhecido, assinalou marcas indeléveis no protestantismo nacional sendo, portanto, um personagem indispensável à compreensão dos primeiros passos desta tradição religiosa.
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